25 janeiro 2007

Rio de Janeiro e os cariocas 8

Um dia no maracanã

por Nikola Weiser

Todo carioca tem o seu time preferido de futebol. Seja Flamengo ou Botafogo, Vasco ou Fluminense. Ele é mais fiel a seu time do que à sua esposa. Quando ele escolher o seu time, vai desprezar os outros para sempre.
Quando você estiver no Brasil, o país mais louco por futebol, tem de visitar o estádio do Maracanã. Antes do jogo, encontre-se com a sua galera vestida com as cores do seu time e tome alguns chopinhos. Depois de ter conseguido um lugarzinho no meio da multidão, escolha o lugar no lado do seu time onde o caos está no seu máximo. Durante o jogo faça como o carioca:

  • Abane a bandeira do seu time
  • tome chopinhos
  • desmoralize o juiz
  • continuamente grite o nome do seu time


Se o seu time fizer um gol, pule, chore e dê um abraço para o estrangeiro pulando ao seu lado. Fique nessa euforia no mínimo por cinco minutos. No caso triste, se acontecer o contrário, o seu lado do estádio vai ficar em silêncio por, pelo menos, cinco minutos. Depois converse com a pessoa mais perto de você sobre o quem teria sido o responsável por esse descuido. Acuse:

a) a crise econômica do país

b) a crise política

c) a migração dos melhores jogadores do Brasil para a Europa

d) a igreja e

e) os bicheiros (= os organizadores do jogo do bicho).


No caso catastrófico, se o seu time perder, tire a sua camisa e saia de fininho. Não tem nada mais humilhante para um carioca se for zombado por fãs triunfados no maracanã. Se o seu time ganhar, embrulhe-se na sua bandeira, grite o nome do seu time, aproveite cada oportunidade para zombar dos fãs vencidos e vá a um boteco para tomar alguns chopes.

Rio de Janeiro e os cariocas 7

por Nikola Weiser

Fevereiro: carnaval e muito samba no pé

Cariocas adoram o carnaval porque é motivo de férias por 10 dias. O feriado oficial é da terça-feira de carnaval até a quarta-feira de cinzas? Mas esqueça isso! Como o carioca já começa a festejar o carnaval um mês antes, ele fica tão cansado que quando o evento começa mesmo, gosta de aproveitar o feriado para viajar. Essa “migração” ocorre em geral no fim de semana antes dos feriados. Na verdade, nada mesmo acontece no trabalho na segunda-feira e ninguém o espera mesmo no trabalho nem na quinta e nem na sexta-feira. Assim, o carioca volta na segunda-feira depois do carnaval para evitar o trânsito no domingo.
Se você quiser aproveitar o carnaval no Rio, tem de aprender como sambar! Os cariocas de verdade sabem dançar o samba já antes de aprender a falar e ficam muito ansiosos em ensinar os passos para os gringos. É fácil! Conte um, dois, três, quatro no ritmo da música. Coloque o seu pé direito atrás do esquerdo. Faça um pequeno passo com a perna esquerda para frente e depois com a direita. O pé esquerdo para trás, um passo para frente com a perna direita e depois com a esquerda. Ainda está no ritmo? Ótimo! Não esqueça de gesticular com as mãos. Agora continue a mover o quadril. Um, dois, três, quatro ...

24 janeiro 2007

Carlos, o Grande no Untersberg

por Jürgen Kaltenböck e Martin Uhlir

Em Salzburg e arredores, conta-se que nas cavernas profundas do Untersberg fica o império do imperador “Carlos, o Grande”, onde imperadores, reis, príncipes e um grande exército obedecem-no.
Faz mais de mil anos que Carlos, o Grande e a sua corte já permanecem nas cavernas da majestosa montanha. Somente quando o inimigo mortal atacará e as terras germânicas estarão em grande perigo o imperador e seu exército atroz sairão das cavernas e enfrentarão o inimigo numa batalha terrível. Acontecerá quando a barba do imperador Carlos, o Grande terá crescido três vezes em redor da mesa na qual está sentado. Carlos, o Grande sairá da montanha na frente do seu exército para lutar na última, mais sangrenta e mais horrível batalha. O imperador e seu exército sairão vitoriosos dessa batalha. Depois da vitória, Carlos, o Grande pendurará seu escudo na pereira no “Walser Felde”, que mesmo sendo cortada muitas vezes, volta a crescer.
Com essa vitória, comerçará uma longa era de paz e prosperidade!

22 janeiro 2007

Tranquilíssimo

por Günther Schmiedhuber


A banda „Firebug“ veio a Salzburg para lançar o seu segundo disco "On The Move" distribuído pela Grover Records. A Folha de Salzburg encontrou os artistas para um bate-papo antes do show.

FdS: Boa noite e muito obrigado pelo seu tempo. Eu vi seu site na Internet, e notei que vocês vão fazer um show quase todas as noites. Isto não é muito exaustivo para vocês?

FB: É verdade, mas esse é o único jeito, porque para cada dia que não temos show tudo custa mais.

FdS: Essa turnê é a primeira vez para vocês na Europa?

FB (rindo): Sim, para a banda inteira. Vamos visitar onze países, Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovênia, Espanha, França, Holanda, Húngria, Portugal, Suíça e a República Tcheca.

FdS: Mas você tem tempo para visitar lugares nas cidades também?

FB: Muito difícil. Praticamente o dia do show é muito estressante. Hoje temos sorte, porque chegamos em Salzburg ontem, então temos tempo para visitar a cidade.

FdS: Então, você celebrou o Natal e o Ano Novo na Europa também?

FB: Isso, na Alemanha. Foi legal, mas não tocamos um show, só celebramos com amigos alemães. Somos seis pessoas na banda, por isso não temos muitas saudades do Brasil.

FdS: Por favor, me fale um pouco sobre a música do Firebug.

FB: Na verdade a música é jamaicana com influência de soul, de rhythm and blues, de country e mais. Mas basicamente música jamaicana. As letras são normalmente em inglês, só temos poucas faixas em português.

FdS: Vocês já sabiam algo sobre a Áustria antes da sua visita?

FB: Sabemos mais ou menos só as coisas de turistas, Viena, Mozart, esquiar mas não muito mais. Por isso hoje era um dia muito importante para visitar a cidade de Salzburg, que é muito linda!

FdS: Por que vocês optaram pelo Reggea e não por um estilo de música brasileira?

FB: Sempre gostei de Reggea, e em São Paulo há uma cena mais ou menos grande neste estilo. Tocamos uma mistura de Reggae, Ska e Rocksteady, e por Ska somos a única banda no Brasil. Eu não conheço nenhuma banda com esta mistura.

FdS: Eu acho muito difícil para você ter a possibilidade de fazer shows no Brasil.
FB (rindo): Por isso viajamos para Europa. Não tem bandas no Brasil, então não tem uma cena. Não tem cena, não tem público. É triste, mas é verdade. A banda tocou fora de São Paulo só duas ou três vezes.

FdS: Você tem algum recado para o seu público austríaco?

FB: Na verdade não, só quero que a noite de hoje vá ser legal para o público e para nós também.


INTERNET:
www.firebug.com.br

O Chiado

por Alexandre Gabriel



Antes de subir para o Chiado, pode-se admirar o Elevador de Santa Justa, uma construção de aço do português Raúl Mesnier, um aluno de Gustavo Eiffel. Quem gosta de subir ao topo do elevador, tem um bom panorama sobre Lisboa. No século XIX, os grandes intelectuais e artistas encontravam-se nos cafés do Chiado em tertúlias e discutiam sobre o futuro de Portugal. Era o centro intelectual do país, com teatros e mercearias. Neste contexto, é quase obrigatório beber uma „bica“ (um pequeno café) ou um „galão“ (café com leite), na „Brasileira“, o café mais antigo de Lisboa, onde também o poeta nacional, Fernando Pessoa costumava ir de beber um café. A história da palavra „bica” é mesmo curioso, e nem todos portugueses sabem-na. A palavra “bica” é uma abreviação de: „Beba isto com açucar!”, e no tempo em que a Brasileira introduzia o café, eles escreveram isto nas suas paredes e janelas para o consumidor, que não conhecia café, entendesse que este típo de café se bebesse melhor com açucar. Até hoje não sei, se esta história é brincadeira ou verdade, mas uma portuguesa me a contou.
Em 1988, os incêndios, destruiram uma grande parte deste bairro, sobretudo os centros comerciais „Grandes Armazéns do Chiado“ e „Grandella“. Felizmente, estes edifícios podiam ser reconstruidos, mas perderam um pouco da sua antiga beleza. Último, mas não por ultimo, vale a pena visitar as ruínas góticas da Igreja do Convento do Carmo, onde há também um túmulo em estilo manuelino. Quando se sai mais à colina chega-se ao Bairro Alto, um lugar importante da noite nocturna. As ruas são cheios de bares e no Miradouro Santa Catarina tem-se uma boa vista sobre toda a cidade.

15 janeiro 2007

Cinema Brasileiro

por Marcela Ovalle

Vale a pena ver

Depois de assistir Central do Brasil e Abril Despedaçado, não perca também O Primeiro Dia de Walter Salles e Daniela Thomas.
Os destinos dos protagonistas se encontram no dia 31 de dezembro de 1999. O primeiro dia dum novo século aproxima-se. Um filme que mostra as diferentes caras do Brasil, o mundo da eterna alegria e o mundo dos cárceres e favelas. Também duas caras da natureza humana: a vida e a morte. Um filme realizado por dois jovens diretores com muita sensibilidade e arte. Um filme excelente que comove e nos leva à reflexão. Em breve, na videoteca da Romanística.

10 janeiro 2007

Rio de Janeiro e os cariocas 6

por Nikola Weiser

Almoço carioca

O carioca é reservado com o café da manhã para salvar o apetite para o almoço. Durante o intervalo do trabalho o carioca gosta de freqüentar o boteco ou botequim. É um pequeno bar com duas ou três mesinhas. Não é o lugar mais higiênico mas com atmosfera. Uma variedade de salgados é oferecida. O moço sempre assegura que os salgados são de hoje, mesmo que eles tenham ficado detrás do vidro por mais do que 48 horas. Por isso, é sempre recomendável tomar pelo menos duas caipirinhas antes! A cachaça mata todos os organismos indesejados que não estavam no cardápio de origem.
Uma outra opção é comer feijão com arroz, farofa (farinha de mandioca) e carne ou frango. O carioca se alimenta quase exclusivamente de feijão. É o prato favorito dele. Como uma amiga me contou: “Sem feijão pelo menos uma vez por dia, eu me sinto meia”.