05 setembro 2009

Caruaru




Uma viagem para Caruaru na época da festa junina


Logo que cheguei a Olinda, percebi alguma coisa diferente. Quando estava em Olinda antes, ainda via sempre muitas fitas com a cor já apagada em todos os lugares que mostravam que o carnaval já tinha passado. Mas nesta vez encontrei muitas bandeirinhas em várias cores fortes presas numa corda que decoravam as ruas, as lojas, os restaurantes e também os correios.


Depois, visitei o Recife, uma cidade maior perto de Olinda, e vi muitas barracas nas ruas e nas praças vendendo vestidos bonitos e multicoloridos para crianças. Também escutava música típica do Nordeste, “Forró”, em todo lugar. Às vezes encontrava um grupo tocando este estilo de música muito alegre com zabumba (tambor grave), sanfona (acordeão), e triângulo, cantando sobre a natureza e a vida nordestinas e naturalmente sobre amores diversos. Suas melodias são às vezes melancólicas, mas o ritmo é sempre vibrante.



Junho é o mês de começo do inverno. Chove bastante e não é quente. Porém quando o sol aparece, o calor volta e o ar fica abafado. Neste momento é que que a gente sente o crescimento rápido e gigante das plantas. Sentindo a energia da mata, no dia 6 de junho, num sábado, parti da estação rodoviária do Recife para Caruaru no interior de Pernambuco. Durante a viagem, o panorama pela janela do ônibus mudava gradualmente. Quando subíamos serra, a vegetação ficava mais baixa e no lugar de palmeiras densas observávamos os cactos como o mandacaru e árvores baixas na paisagem ondulada. Além disso, a temperatura caía gradualmente, porque Caruaru fica a 500 m acima do mar e a 135 km a oeste do Recife.

Depois de 2 horas de viagem, cheguei a Caruaru, uma cidade pequena com uma população de 290.000. Ainda à tarde passeei na feira livre, onde acontecem shows de forró à noite. Havia várias barracas de jogos, vendas de comidas, exposições culturais e pistas de dança. Na praça da feira fica também o Museu do Forró, onde tudo sobre Luis Gonzaga, o rei de forró, está exposto: seu chapéu e suas roupas típicos do nordeste, seus instrumentos musicais, discos, muitas fotos e etc.



Os shows começaram às 10 horas da noite. Os músicos naquele sábado foram Gilvan Neves, Alcymar Monteiro, Targino Gordim e Geraldinho Lins. Apesar da garoa, quando cheguei lá, muita gente já estava dançando sem preocupação com a chuva. O primeiro grupo já estava tocando em um dos 2 palcos. As pessoas se divertiam com a música bombando até fora da praça e com as bebidas e comidas típicas nordestinas como carne seca e macaxeira frita, até cedo de manhã no próximo dia quando o último grupo acaba.



No dia seguinte, estando ainda muito cansada, visitei o Alto do Moura, onde ficam muitas lojas, oficinas de figurinha de barro e a Casa-Museu do Mestre Vitalino Pereira dos Santos, o grande ceramista de artesanato, no morro a 8 km de Caruaru. No museu estavam expostos as fotos antigas, móveis e utensílios, suas ferramentas de trabalho e o forno. Ele era também conhecido como tocador de pífano (flauta nordestina) e tinha uma banda, Zabumba Vitalino. Este ano é o centenário do seu nascimento (1909-1963) que foi celebrado na festa de São João.


Por causa da noite muito curta, dormi bem no ônibus para o Recife, sonhando com aquelas figurinhas de barro pintadas nas cores tão alegres.


por Sayoko Kaschl


Mais informação e a fonte da foto "Família de retirantes" : http:ceramicanorio.com