Rio em movimento
Cheguei no
aeroporto do Rio de Janeiro no dia 28 de fevereiro de 2013, duas semanas depois
do carnaval. Prefiro visitar essa cidade maravilhosa numa época tranqüila,
porque todo mundo tem mais tempo e é mais fácil para se locomover na cidade.
Os preços
no Brasil subiram imensamente nos últimos anos por causa da copa do mundo em
2014 e das olimpíadas no Rio em 2016. O pernoite do hotel, onde eu antigamente ficava,
custa 50% mais agora. Graças a Deus, pude ficar hospedada no apartamento da família
do meu amigo, Rafael, no Leblon, como no último ano. Lá me senti muito bem,
pois já conhecia bem meio de transporte, lojas nas cercanias e tal. Logo depois
da minha chegada, comecei a aprender pandeiro, que é um instrumento musical do
Brasil tocado nos sambas, choros e nas músicas folclóricas, com o meu professor
de Nova York, Scott Feiner, que toca jazz com pandeiro. Ele mora no Rio há
quase 15 anos e me disse que a vida no Rio tinha se tornado cara demais e que
ele estava pensando em procurar um lugar alternativo para morar.
Um dia participei com o Rafael numa manifestação contra o pastor e deputado federal, Marco Feliciano, que foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados do Brasil, embora ele tenha feito declarações racistas e homofóbicas. Encontramo-nos no centro do Rio, na frente da Câmara Municipal. Lá vários grupos faziam discursos sobre discriminação nas suas vidas e protestavam contra este político. Depois andávamos na rua exibindo cartazes com slogans contra ele e gritando palavras de protesto no ritmo brasileiro, de que gostei bastante, até a Lapa, onde nos juntamos para demonstrar nossa união e nossas intenções.
Num outro
dia, depois da aula de pandeiro, assistia um evento chamado “Fraude Fashion
Show” na avenida no Leblon. É legal que a metade da avenida é sempre fechada paras
pedestres no domingo no Rio. Esse projeto era contra uma das muitas corrupções
no Brasil e era contra a fraude do secretário de saúde do estado do Rio, Sérgio
Cortês. O show mostrou que os hospitais no Rio de Janeiro não são capazes de atender
a doentes e feridos por causa da falta de dinheiro, porque, segundo se diz,
muito dinheiro era aproveitado para as propriedades do secretário. Era um show
humorístico e irônico, bem legal, que foi filmado e fotografado. Os passantes e
empregados das bancas assistiram-no e gostaram dessa ação de apelo à justiça.
Depois da minha volta para Salzburg, recebi notícias das manifestações que terminaram com muitos feridos e detidos, e até mortes. Essas notícias me entristecem profundamente, porque naquela época da minha presença lá, nossa manifestação era ainda em paz e sem violência. Ao mesmo tempo vi na internet numerosas manifestações em outras cidades no Brasil por causa do aumento dos preços dos meios de transporte públicos e dos serviços públicos. O Brasil está se preparando para a copa do mundo em 2014 e as olimpíadas no Rio em 2016, o que requer um monte de dinheiro. Num país, onde há pouca classe média e grande pobreza, essa política é injusta e não efetiva.
Espero que
o Brasil siga o melhor caminho e conclua essa mudança para melhor, com vontade
e felicidade do povo.
Por Sayoko Kaschl
Por Sayoko Kaschl